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Clássico É Treta e Vice-Versa

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Uma recomendação básica de qualquer curso de degustação de cervejas é:

– Se você estiver em Colônia, não peça uma Altbier!

Ou o respectivo vice-versa:

– Se você estiver em Dusseldorf, não peça uma Kölsch!

É claro que se trata de uma recomendação muito importante para o caso de você querer e poder estar em uma dessas duas cidades da Alemanha, mas isso aí eu vou deixar contigo.

As duas cidades do oeste alemão, ali mais perto da Bélgica e da Holanda, têm uma treta histórica baseada em suas cervejas locais. Em Colônia, quase só se toma Kölsch, mas não se bebe Altbier de jeito algum. O contrário se dá à risca em Dusseldorf, terra da Altbier.

Sim, os alemães levam a cerveja a sério de um jeito que impressiona!

É que essas cidades se consideram, digamos, “rivais”. Colônia aclama sua Kölsch amarelo-ouro e Dusseldorf defende o vermelho intenso da Altbier. Já pensou?! É um lance meio Rio vs São Paulo, Goiás vs Distrito Federal, Flaflu, Atletiba, Grenal, bolacha vs biscoito e outras rivalidades cheias de razão que a gente vê por aí.

E sabe o que você faz? Bom, nem pense em meter a colher… O esquema é puxar os copos e curtir esses dois estilos, que são clássicos da Escola Alemã e estão disponíveis em ótimos rótulos brasileiros, para você beber onde quiser!

Harmonizando com Altbier

A Altbier e sua coloração típica – Foto: Carin Catafesta

Na semana passada, propus a Kölsch para acompanhar o suflê de queijo da Soninha, sugerindo que há uma relação civilizada entre comida e bebida. Hoje, quero mostrar como a gastronomia é capaz de promover a paz.

Duas das características de sabor e aroma que mais chamam a atenção em uma Altbier são a tosta dos maltes e a carga de lúpulo. Vou te dizer: uma Altbier fica perfeita acompanhando a refeição “Bistecas com repolho roxo e purê”, que o Gastão preparou em agosto de 2011 (mate saudades aqui ).

Pois eu DUVIDO que alguém em Colônia recusaria um prato de porco com repolho e batata só porque vai bem com Altbier!

A tosta, aquela coisa meio casca de pão caseiro, combina superbem com o grelhado. O lúpulo nobre, algo que varia entre floral, herbal e terroso, praticamente ajuda a temperar a bisteca. O próprio amargor da cerveja conversa legal com o repolho roxo. E batata é batata, né? O que é que não vai bem com batata?

Aliás, na semana que vem falarei mais sobre batatas. E cervejas!

Até lá!

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