No Chile consumo de bebidas açucaradas caiu 23,7%

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Houve uma queda enorme do consumo de produtos como refrigerantes e bebidas de fruta com grande quantidade de açúcar no país vizinho. No Chile consumo de bebidas açucaradas caiu 23,7%. Tudo por conta de políticas públicas que combinam tributações, regras de rotulagem e controle da publicidade. Os dados foram levantados pelo Instituto de Nutrição e Tecnologia de Alimentos da Universidade do Chile, da Universidade da Carolina do Norte (EUA) e do Instituto Nacional de Saúde Pública do México, e cujo artigo acaba de ser lançado na revista científica internacional.

Modelo de rotulagem com octógono preto adotado no Chile.

O estudo estima que o consumo reduziu a ingestão destes produtos em 22,8 ml por pessoa em cada dia. A maior queda na compra domiciliar foi de sucos de fruta açucarados, com 42% de redução, seguida pela compra de bebidas lácteas, com 20% de redução. Os pesquisadores avaliaram hábitos de compra de 2,3 mil domicílios, antes e depois da regulamentação.

As medidas compõem um programa de combate à obesidade no país.

Rotulagem

O Chile adota a rotulagem com alerta de com o octógono preto indicando quando há grande quantidade de açúcares, gorduras e calorias. Esta é considerada uma das medidas de maior impacto no programa.

Em 2014 o Chile aumentou em 5% os impostos sobre as bebidas com alto teor de açúcar o que, na época, reduziu em 3,4% o consumo das bebidas taxadas. Já a Lei de Rotulagem de Alimentos é de 2016. Ela determinou o uso de selos de alerta nos rótulos frontais de alimentos com alto teor de açúcar, sal ou gorduras saturadas. Ainda, restringiu a publicidade desses alimentos direcionada às crianças e proibiu sua venda em escolas e no comércio próximo.

No Brasil queremos o triângulo

No Brasil, a rotulagem de alimentos está sendo estudada pela Anvisa. Em dezembro foi concluída a primeira etapa de uma consulta pública sobre o novo modelo de alerta nos rótulos de alimentos com açúcar, sal e gordura em excesso. A consulta pública recebeu mais de 23 mil contribuições e está sendo analisada pelo órgão.

Pesquisas já mostraram que no caso brasileiro a rotulagem frontal com triângulos é a mais eficiente para advertir o consumidor.

O modelo de rotulagem proposto atualmente pela ANVISA, em formato de lupa, não possui evidências científicas que comprovem sua eficácia e é diferente do modelo chileno, que consiste em selos individuais para cada uma das substâncias em excesso. Estudos mostram que as advertências frontais propostas pelo Idec – Instituto de Defesa do Consumidor e Universidade Federal do Paraná, são a opção mais clara para a população entender a quantidade de açúcar, sal e gorduras. Desde 2014, o Idec integra o grupo criado pela Anvisa para revisar as atuais normas de rotulagem.

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