No dicionário não há o verbo moquecar. Mas já li em algum lugar que significaria esconder. A história conta que os escravos, que não tinham carne disponibilizada pelos seus senhores, a furtavam e a cozinhavam escondida (ou moquecada) sob camadas de cebola, pimentão, tomate e outros legumes. E daí teria nascido a moqueca. É verdade? Não sei. Mas sei que moqueca é uma delícia. O problema é que sempre tem alguém para reivindicar que a “sua” moqueca é a “autêntica”. E os rótulos se multiplicam: capixaba, baiana, paraense. Tudo vale a pena se a moqueca não for pequena. Que tal Moqueca de galinha e palmito?
Há dezenas de jeitos de fazer moqueca, variando ingredientes e temperos. Aqui falamos de uma moqueca de galinha, feita com carne de ave e vegetais orgânicos e, claro, azeite de dendê e leite de coco. Tudo ajeitado numa panela de barro apropriada.
Para duas pessoas usei:
- duas sobrecoxas de frango desossadas
- um vidro pequeno de palmito em conserva
- duas cebolas médias
- dois dentes de alho
- um pimentão verde pequeno
- um pimentão vermelho pequeno
- um tomate médio
- três colheres de sopa de azeite de dendê
- 250 ml de leite de coco.
- sal a gosto
- pimenta calabresa seca a gosto
- pimenta rosa a gosto
- salsinha e cebolinha picados a gosto, para finalizar
Com fazer
Uma das cebolas piquei miúda. Os outros vegetais – cebola, pimentões e tomate – cortei em fatias ou “rodelas”. É importante cortar tudo antes de começar o preparo na panela.
Na panela de barro (que demora bastante para esquentar) fiz um fundinho com uma colher de sopa de dendê e uma de azeite de oliva (só para não ficar muito forte) e ali refoguei a cebola picadinha. Deixei os óleos e a cebola aquecerem aos poucos junto com a panela. E quando a cebola dourou entrei com os pedaços de frango temperados com sal (cortei as sobrecoxas em dois pedaços). Deixei dourar dos dois lados.
A carne dourada foi “moquecada” sob uma camada de cebola em rodelas, depois pimentões e tomates. Um pouco de sal sobre os vegetais e, para dar alegria ao prato, as pimentas calabresa e rosa. Depois foi adicionar o azeite de dendê restante e o leite de coco. Aí fechamos a panela e deixamos por cerca de trinta minutos, até o frango cozinhar, mas não ficar mole demais. Por fim, entrei com o palmito em pedaços grandes. Como ele era em conserva (difícil encontrar palmito fresco em Florianópolis) entrou só no final para não desmanchar.
Arrematei com um bom punhado de salsinha e cebolinha (coentro ficaria muito bom, mas não tínhamos) e estava pronto para ir para a mesa. A panela de barro sustenta o calor por muito tempo: a panela vai para a mesa e segue borbulhando. Um arroz branco bem soltinho é o único acompanhamento necessário.
A mistura de sabores e texturas é extravagante. Uma festa.
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