Na escalada do envenenamento, o governo Bolsonaro liberou mais 51 agrotóxicos nesta segunda-feira, 22 de julho. Agora são 262 substâncias liberadas em apenas sete meses de gestão. O ritmo de registro e liberação nunca foi tão intenso. A liberação foi publicada no Diário Oficial da União. Agora governo libera substância que extermina abelhas, o sulfoxaflor.
Entre as substâncias liberadas hoje está o sulfoxaflor, inseticida relacionado à redução de enxames de abelhas que está em estudo no exterior.
O governo promete controle sobre o uso dos produtos. Diz o site do Ministério da Agricultura: “O uso do inseticida no Brasil deverá seguir as orientações estabelecidas pelo Ibama para a mitigação de risco para insetos polinizadores como, por exemplo, a restrição de aplicação em períodos de floração das culturas, o estabelecimento de dosagens máximas do produto e de distâncias mínimas de aplicação em relação à bordadura para a proteção de abelhas não-apis. Essas restrições constam na rotulagem dos produtos e são estabelecidas de acordo com cada ingrediente e cultura.”
Agrotóxico polêmico
O sulfoxaflor é um dos mais polêmicos agrotóxicos. As avaliações da Anvisa e do Ibama o classificaram como “medianamente tóxico e perigoso ao Meio Ambiente”. Mas tem sido relacionado diretamente ao extermínio de abelhas em vários países, inclusive no EUA, onde foi liberado recentemente. É usado como ativo para agrotóxicos eficazes contra pragas de insetos que se alimentam de seiva da planta. Foi indicado para culturas de algodão, soja, citros, nozes, uvas, batatas, legumes e morangos.
Edição falaciosa
A divulgação da liberação de mais 51 agrotóxicos está sendo feita de forma falaciosa pelo Ministério da Agricultura. A matéria de capa do site do órgão, na tarde do dia da liberação, reportava que “Governo impõe restrições de uso a novos defensivos”. A informação de que houve novo lote de liberações só fica disponível para quem clica na matéria e se dispõem a leitura.
Há pouco foi lançado na Europa um Atlas que compara o uso de agrotóxicos no Brasil e na União Europeia.